Anorexia, Bulimia e Obesidade

Monday, December 10, 2007

Mulheres e suas proibições

Mulheres e suas proibições


Você comeu chocolate? E agora? Dieta já! Cortar isso, cortar aquilo... Esse é um pensamento recorrente em nossos dias de ditadura do corpo perfeito e magérrimo. Os prazeres alimentares são sucedidos de punições. É um comportamento contemporâneo onde se observa uma migração da repressão dos prazeres sexuais para uma repressão dos prazeres alimentares.
A partir da transformação de certos paradigmas culturais, percebe-se que o discurso social tem produzido um deslocamento da sexualidade para a moral da alimentação. O pecado sexual da era vitoriana foi substituído pelo pecado alimentar. Com a liberação sexual a mulher conquistou o direito de viver sua sexualidade de modo integral, emancipada da proibição do prazer sexual. Atualmente as mulheres, novamente as mulheres, vêem-se frente a novas interdições, só que agora no plano alimentar. A interdição sexual foi sucedida pela interdição sobre o alimento. A recusa do prazer sexual cedeu lugar à recusa do prazer alimentar, que exige o sacrifício de resistir à tentação. Alguns alimentos são considerados proibidos e caso se caia em tentação há que se pagar uma expiação do pecado cometido, que pode ser através de um jejum, uma dieta restritiva ou horas de academia para compensar as calorias ingeridas.
A restrição alimentar pode funcionar como um castigo frente ao “pecado alimentar”. O grande perigo é que as restrições alimentares provocam um estado de estresse associado à preocupação e cuidado excessivo com o controle das calorias ingeridas. Além disso, após algumas tentativas de comer pouco ou nada, ocorre um incremento da fome podendo desencadear uma comilança em forma de um ataque descontrolado aos alimentos. Novo perigo: entrar no ciclo comilança-sentimento de culpa-autopunição.
Uma relação saudável com o corpo e com a comida vai depender de uma relação saudável consigo mesma que, por sua vez, decorre do autoconhecimento, da auto-estima e da autoconfiança.


Rosita Esteves
Psicanalista – CRP 07/02637

Monday, October 22, 2007

Além da Imagem

A imagem do corpo feminino é alvo de constante exposição e avaliação. Quando olhamos para nosso corpo e nos sentimos insatisfeitas adotamos estratégias para modificá-lo. Nenhum problema nisso desde que não se caia em excessos. A preocupação exagerada com a imagem corporal, em termos da forma e do peso do corpo, acaba por produzir comportamentos de cuidados intensos. Aí é que poderão surgir os problemas. Um dos mais comuns têm sido os transtornos alimentares que se caracterizam por sérias perturbações do comportamento alimentar, como a anorexia e a bulimia nervosa. Os transtornos alimentares são problemas graves e complexos que surgem da associação de fatores físicos, emocionais, familiares e sociais.


Nos transtornos alimentares observam-se a obsessão pela aparência e a vergonha pelo próprio corpo. A isso se associa uma distorção da imagem corporal bem como das atitudes e sentimentos relacionados a essa imagem.


Apesar da gravidade do processo de adoecimento e da complexidade do tratamento existem possibilidades de recuperação e administração saudável da vida. O site www.anaemia.com.br oferece orientações e esclarecimentos às pessoas interessadas em compreender um pouco mais acerca dos transtornos alimentares.


Parece imprescindível lembrar que somos além da imagem. O valor de uma pessoa, que vai se refletir em sua auto-estima, não deveria ser uma decorrência direta de sua imagem enquanto aparência física, mas sim refletir quem é enquanto ser, considerando suas características e peculiaridades próprias.


Rosita Esteves

Psicanalista – CRP 07/02637

Sunday, May 06, 2007

Mais, mais, mais ainda...

O comportamento alimentar normal envolve a percepção da sensação da fome, a busca do alimento, a satisfação e o posterior período de saciedade. Este ciclo pode sofrer a influencia de fatores emocionais alterando seu padrão de funcionamento. Uma dessas situações é observada na compulsão alimentar que se caracteriza por uma ingesta desmedida de alimentos. Aí não estamos mais no terreno da necessidade alimentar. É de outra ordem a força que entra em ação e não cessa de ordenar um mais, mais, mais ainda...

Este é o mandato que impera de forma desesperada na compulsão alimentar evidenciando uma falha no controle dos impulsos. Buscar algo em excesso, para além da necessidade, funciona como um ato compensatório frente a um vazio que é sentido com tanta intensidade que promove um movimento de fuga e substituição. Fuga de sensações desagradáveis, insuportáveis através das novas sensações que advém do ataque à comida. A comida entra no lugar de uma falta que é vivida como intolerável e desencadeia a busca de preenchimento sem fim, inesgotável, que só cessa quando começa uma nova sensação – a dor por comer demais.

Uma sensação de vazio interior é confundida com o vazio do estômago e, ilusoriamente, a comida, os doces, os salgadinhos são ardentemente devorados na esperança de uma sensação agradável. A sensação é temporária, a insatisfação persiste e a comida, por mais saborosa que seja não sacia. Sabe por quê? Porque esta fome não é de comida, portanto os alimentos não podem preencher o vazio sentido. Aí é necessário compreender as razões do vazio.

Não é na comida que vamos encontrar a saída para as angústias. Aliás, depois de um ataque desenfreado aos alimentos, o sentimento de descontrole e empanturramento geram desconforto e mais insatisfação. Para romper esse circuito de angústia, insatisfação, comilança e culpa é imprescindível mergulhar no mundo interno procurando as motivações que desencadeiam o mal estar, com vistas a uma saída adequada e satisfatória. Mais que a sensação, é preciso identificar os sentimentos que emergem e impulsionam à busca incessante de preenchimento.


Rosita Esteves
Psicanalista – CRP 07/02637

Monday, April 16, 2007

Viva o permanente!!!

Ao longo dos séculos a mulher bolou instrumentos e técnicas para se embelezar, e se destacar das demais. Porém, sempre que uma nova "moda corporal" era lançada, todas tentavam copiar a inventora, fosse se adornando de pinturas corporais, de acessórios faciais (que hoje chamaríamos de piercings), corpetes que moldam a cintura, etc...
Pouca coisa mudou, mulheres já platinaram o cabelo para parecer a Marilyn, fizeram "bob´s" para parecer as Panteras, ou ainda o famoso permanente dos anos 80!
Como pode-se perceber acabei enumerando somente penteados das décadas passadas. Mas hoje em dia, quem dá valor ao penteado? Não se ouve ninguém falar que quer o cabelo da Kate Moss ou da Gisele Bündchen, hoje as meninas-mulheres querem as pernas da Gisele, a barriga da Juliana Paes ou ainda a boca da Angelina.
Isso torna-se viável a qual custo? Além do curto real - financeiro- há um investimento psicológico - de agüentar a dor da cirurgia, ou da frustração de não conseguir ter a mais reta e dura barriga!
Cada vez mais os padrões estéticos têm se distanciado dos corpos dos simples mortais, fato que pode desencadear o aparecimento de transtornos alimentares.
Nesse momento cabe a nós mulheres, mães, filhas, irmãs, vizinhas e amigas dar um conselho: "Melhor um permanente cafona do que uma permanente doença!"

Violeta Metsavaht Croda - Estudante do curso de Psicologia da UCS.

Thursday, March 29, 2007

Você está insatisfeita?

A insatisfação com a aparência é tema comum das conversas, especialmente entre as mulheres. A forma e o peso do corpo são os alvos de maior crítica. De modo geral, as mulheres sempre têm alguma queixa para fazer em relação ao corpo e a aparência, mesmo quando o espelho reflete uma imagem adequada e saudável.
É claro que o bombardeio da mídia em relação ao corpo perfeito acaba por gerar uma tendência à insatisfação com o corpo. O corpo ideal propagado pela mídia é magérrimo, sarado, com tudo no lugar. E, ainda mais, há uma associação do corpo perfeito com sucesso e felicidade. Será que é mesmo assim? Será que para nos sentirmos bem, realizadas, precisamos ter um corpo perfeito como aquele idealizado pelos meios de comunicação? É importante nos questionarmos sobre o que realmente nos deixa bem e realizadas, pois muitas vezes uma insatisfação interior, seja na área afetiva ou profissional é deslocada para o corpo e para a busca de sua perfeição.
Frequentemente nos esforçamos para melhorar o corpo através dos cuidados com a alimentação e das atividades físicas quando muitas vezes são alguns aspectos de nossa vida que não estão bem e precisam de atenção. A forma como percebemos nosso corpo está relacionada ao modo como nos percebemos e nos sentimos internamente. A imagem do corpo é uma representação de nós mesmos que inclui além da aparência refletida no espelho, os sentimentos que temos sobre nós mesmos. As mudanças no corpo não se restringem ao metabolismo orgânico, necessitam ser acompanhadas de mudanças no metabolismo simbólico, no modo de processar as sensações, as emoções e os sentimentos. Estar de bem com o corpo inclui estar de bem consigo mesmo. Lembre-se: aparência não é tudo!


Rosita Esteves
Psicanalista – CRP 07/02637

Tuesday, November 14, 2006

É lei!!

O mundo fashion anda prá lá de agitado. A capital italiana da moda, Milão, anunciou um novo código de conduta para evitar que as modelos fiquem magras demais. O anúncio, feito na abertura da Semana da Moda de Milão, ocorreu após a proibição pelo governo da Espanha de modelos consideradas magras demais (IMC inferior a 18) durante a Semana da Moda de Madri.
Esta medida tem como objetivo convencer as agências de modelos e os estilistas de abandonar o que vem sendo classificado como “o fenômeno da anorexia”.
Em Paris, o estilista Jean-Paul Gaultier causou polêmica , ao colocar uma modelo obesa na passarela, vestida de espartilho e cinta-liga. Criticado por alguns, adorado por muitos, Gaultier conseguiu chamar a atenção do mundo para o assunto que anda assombrando a vida das modelos. Resta esperar para conferir se essa moda vai pegar.

Thursday, November 02, 2006

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM TRANSTORNOS ALIMENTARES

Objetivo: Desenvolver conhecimentos e capacitar os participantes nas habilidades para o tratamento dos Transtornos Alimentares.

Público Alvo: Psicólogos, médicos, nutricionistas, enfermeiros e outros profissionais e estudantes da saúde.

Coordenação: Rosita Esteves – Departamento de Psicologia – UCS


PROGRAMAÇÃO


10 DE NOVEMBRO DE 2006, sexta-feira – Bloco 58 – sala 302 - UCS
19h30min às 22h30min

Histórico e Critérios Diagnósticos dos Transtornos Alimentares: Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa

Palestrantes: Priscila Peruch e Violeta Croda
Acadêmicas do Curso de Psicologia e Membros do Grupo de
Estudos sobre Transtornos Alimentares.

Os Transtornos Alimentares e as Patologias da Atualidade: Aspectos Psicológicos
Palestrante: Rosita Esteves
Psicanalista. Professora no Departamento de Psicologia da UCS.
Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Transtornos Alimentares.


11 DE NOVEMBRO DE 2006, sábado – Bloco J – sala 406 - UCS

Transtornos Alimentares: um desafio clínico

9 horas às 12 horas 14 horas às 17 horas
O Tratamento da Anorexia Nervosa O Tratamento da Bulimia Nervosa
Discussão de Caso Clínico Discussão de Caso Clínico

Equipe do Ambulatório dos Transtornos Alimentares da Fundação Universitária Mário Martins – Porto Alegre:
Roberto Vasconcelos - Psicólogo (coordenador da Equipe)
Ana Carolina F. Santos - Psicóloga
Tiago Schush - Médico Clínico
Elena Tomasel - Nutricionista
Karina Araújo – Nutricionista


Carga Horária: 12 horas
Vagas: Limitadas
Investimento: Alunos: R$ 15,00 Profissionais: R$ 25,00

Informações e Inscrições:
Secretaria-Geral de Extensão – Galeria Universitária – Sala 31
Fone: (54) 3218 2430
E-mail: extensaocursos@ucs.br